Marluce 28 de outubro de 2024

Enraizador via sulco de plantio ou via tratamento de sementes: qual o melhor?

O início da safra de soja chegou em muitas regiões. E o plantio é uma fase decisiva para tudo o que vai se desenrolar ao longo de todo o ciclo da cultura. Por isso, fazer o plantio bem feito é o básico que precisa ser caprichado. E isso passa pelo uso de um bom enraizador e uma boa inoculação.

Um dos aspectos fundamentais no plantio da soja é a inoculação com as bactérias responsáveis pela Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN). Essa inoculação pode ser feita via tratamento de semente (TS) ou no sulco de plantio. Além disso, alguns produtos como enraizadores devem ser utilizados nessa fase inicial do ciclo e também podem ser aplicados tanto via TS quanto via sulco.

Por conceito, o enraizador é um produto com uma ou mais substâncias cuja finalidade é favorecer o crescimento das raízes e melhorar o estabelecimento da cultura.

Inclusive, muitos enraizadores têm elementos importantes para a eficiência do processo de FBN, como Níquel, Cobalto e Molibdênio.

A seguir, apresentaremos algumas vantagens e desvantagens das duas principais formas de aplicação desses produtos: via tratamento de sementes e via sulco de plantio.

Enraizador via tratamento de sementes

Quando os inoculantes e enraizadores são aplicados via tratamento de sementes, esses produtos são aplicados na semente ainda na indústria (o chamado Tratamento de Semente Industrial – TSI) ou na fazenda (o chamado on farm).

No caso da aplicação de inoculantes e enraizadores via tratamento de sementes,  a principal vantagem seria operacional, uma vez que a semente já levaria todos os produtos. Portanto, não há necessidade de aplicação no sulco por meio de um pulverizador de sulco acoplado na plantadeira.

A principal desvantagem nesse caso, e que deve ser avaliada caso a caso, é o fato de a semente estar em contato com muitos produtos, podendo causar intoxicação e até mesmo comprometer o vigor desse lote de sementes. Afinal, a semente é “viva” e leva com ela o embrião de onde sairá a planta. Qualquer excesso de produto pode gerar danos significativos a essa semente. Além do mais, os microrganismos aplicados via semente para a FBN podem perder sua efetividade quando misturados a produtos que contém alto índice salino (>20%) e acidez (pH <5).

Enraizador via sulco de plantio

Pensando nisso, muitos produtores tem feito o manejo de retirar enraizadores e inoculantes do tratamento de semente, e colocar essas aplicações no sulco de plantio. Nesse modelo de aplicação, os produtos são adicionados em uma calda e, posteriormente, são colocados em um tanque acoplado à  plantadeira, e por meio de jato dirigido é aplicado linha a linha próximo a semente.

Dessa forma, na semente ficam apenas os demais produtos como inseticidas e fungicidas, por exemplo. Essa é a principal vantagem dessa forma de aplicação: reduzir a quantidade de produtos em contato direto com a semente.

A principal desvantagem nesse caso é o investimento do equipamento que vai acoplado na plantadeira: o pulverizador de sulco. Isso pode ser uma desvantagem pensando em produtores pequenos que não possuem esse implemento. Porém, estudos científicos provam que o investimento é viável, trazendo ganhos de 5 a 8 sacas/ha de soja.

Portanto, avalie caso a caso, os prós e os contras de cada forma de aplicação dos inoculantes e enraizadores. Independentemente de ser via TS ou via sulco de plantio, escolha bons produtos com resultados comprovados e consulte sempre um profissional capacitado.

Portanto, lembre-se: a escolha de qual forma de aplicação utilizar depende de cada situação. “O melhor” para o seu vizinho pode não ser “o melhor” para você. Analise o seu negócio com todas suas particularidades para poder conquistar o seu máximo potencial.

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