Marluce 14 de agosto de 2021

Matocompetição: qual o tamanho do prejuízo?

A competição de plantas daninhas com a lavoura ocasiona muitos prejuízos principalmente no estádio inicial, mas isso é refletido completamente no fim do ciclo da cultura comercial através da redução da produtividade. Desta forma, a dessecação de pré-plantio bem realizada reduz muito a chance destas perdas. Quer entender mais sobre a matocompetição? Continue sua leitura.

A competição das plantas daninhas com a cultura comercial por água, luz, nutrientes e espaço é chamada de matocompetição. No caso da soja, o estádio inicial -emergência- é o período mais sensível à interferência (LOST FILHO, 2021) e qualquer competição pode alterar o resultado (COPAGRIL, 2017). Nestes estádios iniciais, há períodos em que as práticas de controle de plantas daninhas devem ser efetivas, pois caso isso não seja feito, ocorrerá perda de produtividade da cultura. Por isso, é essencial uma boa dessecação de pré-plantio na área, para que não haja matocompetição inicial (LOST FILHO, 2021).

Na cultura da soja algumas inferências indicam que os períodos críticos vão do 20º ao 30º dia após a emergência, para as plantas daninhas de folhas largas (BARROS, 2012). Já Pittelkow et al. (2009) citam que as plantas daninhas afetam o número de vagens por plantas, a massa dos grãos e o rendimento de grãos, e observam que a maior interferência das plantas daninhas é causada na cultura da soja, nos períodos posteriores a 22 e 33 dias após a emergência.

O prejuízo da matocompetição em números

Em casos de matocompetição, geralmente a produtividade das culturas comerciais é reduzida drasticamente à medida que se aumenta a população das plantas daninhas. Nas safras 16/17 e 17/18 pesquisas da Supra Pesquisa, na cultura da soja, indicaram casos em que 1 planta de buva por metro quadrado ocasionou perda de 9,4 sacas/ha e em casos que tinha 10 buvas por metro quadrado ocasionou perda de 40,1 sacas/ha (SANTOS, 2020).

O autor supracitado também estudou o caso do capim amargoso na cultura da soja, na safra 16/17. Em campo, quando havia 1 planta de amargoso por metro quadrado na área, ocorria perda de 15,2 sacas/ha, e com 8 plantas por metro quadrado a perda chegou a 43 sacas/ha de soja. No entanto, vale ressaltar que as perdas ocasionadas pelas plantas daninhas variam de acordo com a população da infestante e com o estádio de infestação na cultura. Como podemos ver, quando a soja é submetida a competitividade com outras espécies vegetais, seu desempenho agronômico fica comprometido (FORTES et al., 2017).

O milho também é uma cultura altamente sensível à competição com as daninhas. Estudo desenvolvido por Braga (2018) associando a matocompetição de corda de viola na lavoura de milho mostrou que em dois anos agrícolas a Ipomoea hederifolia interferiu nas plantas de milho “Impacto” até a densidade de 16 plantas/metro quadrado e inferiu que a partir de 2 plantas de corda de viola/metro quadrado houve reduções significativas no rendimento de grãos, que foi se acentuando com o aumento da densidade.

Dessecação bem feita: inicie com o “pé direito”

Com isso, a dessecação de pré-plantio é uma prática essencial para o manejo de plantas daninhas. E para essa etapa ser bem feita o conhecimento das plantas daninhas ocorrentes na área é fundamental, assim como o seu estádio fenológico. Tudo isso dará um direcionamento dos herbicidas mais eficientes em determinado manejo.

Deve-se tomar muito cuidado com dessecações mal feitas que permitem que plantas infestantes permaneçam nas lavouras, se tornando um problema sério, porque elas sementeiam e podem gerar novas plantas que competem com a cultura desejada e, além disso, podem propiciar o aumento do banco de sementes no solo. Com isso, a decisão do momento de dessecar é essencial e depende da época da semeadura da cultura e da ocorrência das primeiras chuvas, que estimulam a emissão de novas folhas das plantas infestantes favorecendo a absorção dos produtos. A adoção dessa prática pode controlar então o primeiro ciclo de plantas daninhas.

Potencializadores de glifosato e o controle de plantas daninhas

Dada a importância e a magnitude da cultura da soja no Brasil, é imprescindível otimizar a tecnologia de produção disponível, visando reduzir ao máximo essas perdas impostas pela competição das plantas daninhas (CONSTANTIN et al., 2007).

Juntamente com a adoção de herbicidas são empregados os adjuvantes. Segundo THEISEN et al. (2004), os adjuvantes melhoram o ambiente da calda de pulverização e as condições para a proteção e absorção dos herbicidas, uma vez que boa parte desses produtos dificilmente chegaria ao alvo (sítio enzimático) sem o acréscimo de algum tipo de adjuvante.

E na H2 Agrosciences nós temos a solução de adjuvante para uso com o glifosato na dessecação. O H2 Dessek diminui a tensão superficial da solução e auxilia na distribuição dos produtos na folha. Sua formulação potencializa a ação do herbicida e demonstra excelente ação sobre as daninhas de folha larga. Mas, vale ressaltar que a ação de controle da planta daninha é toda ocasionada pela molécula do glifosato.

O início deve ser bem feito para que o potencial seja expresso e entregue o resultado almejado no final.

 

REFERÊNCIAS:

BARROS, R. Plantas daninhas na cultura da soja: Manejo da cobertura do solo. Anuário “Tecnologia e Produção”, Mato Grosso do Sul, 2012.Fonte acessória disponível em: <https://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br /media /attachments/136/136/newarchive-136.pdf>. Acesso em: agosto de 2021.

BRAGA, I. M. R. F. Interferência de plantas daninhas com hábito trepador na cultura do milho. 2018. Tese (Doutorado em Agronomia-Produção Vegetal) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP, São Paulo.

CONSTANTIN, J.; OLIVEIRA Jr., R.S.; CAVALIERI, S.D.; ARANTES, J.G.Z.; ALONSO, D.G.; ROSO, A.C. Estimativa do período que antecede a interferência de plantas daninhas na cultura da soja, Var. Coodetec 202, por meio de testemunhas duplas. Planta daninha, v. 25, n. 2, p. 231-237, Minas Gerais, 2007.

COPAGRIL, Manejo inicial de plantas daninhas evita matocompetição na cultura da soja. Paraná, 2017. Fonte acessória disponível em: <https://www.copagril.com.br/noticia/2305/manejo-inicial-de-plantas-daninhas-evita-matocompeticao-na-cultura-da-soja>. Acesso em: agosto de 2021.

FORTES, C. T.; BASSO, F. J. M.; GALON, L.; AGAZZI, L. R.; NONEMACHER, F.; CONCENÇO, G. Habilidade competitiva de cultivares de soja transgênica convivendo com plantas daninhas. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, v. 12, n. 2, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2017.

LOST FILHO, F. H. Matocompetição e produtividade da soja: como manejar? AgroBASF, 2021. Fonte acessória disponível em: <https://agriculture.basf.com/br/pt/conteudos/cultivos-e-sementes/soja/cenario-de-pressao-de-insetos-na-soja1.html>. Acesso em: agosto de 2021.

PITTELKOW, F. K.; JAKELAITIS, A.; CONUS, L. A.; OLIVEIRA, A. A.; GIL, J. de O.; ASSIS, F. C.; BORCHARTT, L. Interferência de plantas daninhas na cultura da soja transgênica. Global Science And Technology, v.02, n.03, p. 38 – 48 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, Rio Verde, 2009.

SANTOS, M. S. dos. Perdas por matocompetição em soja: o caso da buva e do amargoso. MAIS SOJA, Agosto de 2020. Fonte acessória disponível em: <https://maissoja.com.br/perdas-por-matocompeticao-em-soja-o-caso-da-buva-e-do-amargoso/>. Acesso em: agosto de 2021.THEISEN, G.; RUEDELL, J.; BIANCHI, M.A. Tecnologia de aplicação de herbicidas: teoria e prática,  p. 25-54, Cruz Alta, 2004.

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