Você já deve ter ouvido falar sobre uma fonte de fertilizantes ser mais solúvel que a outra, não é mesmo? Por exemplo, quando algum profissional ou consultor diz que é melhor aplicar fertilizantes foliares a base de sulfato e nitrato em vez de óxidos e carbonatos. Mas você sabe por que isso acontece? Sabe por que essas fontes interferem na eficiência da adubação foliar? É justamente sobre isso que vamos falar no artigo de hoje: solubilidade de fontes de fertilizantes.
Vamos entender a diferença entre as fontes de fertilizantes? Qual delas é mais eficiente em termos de aplicação foliar? Continue sua leitura e saiba mais.
Para falar de fontes de fertilizantes foliares, é importante entendermos os mecanismos de absorção foliar. Segundo Fernández et al (2015), há três vias principais de absorção pela folha:
Cada uma destas vias absorve partículas com tamanhos determinados. As partículas precisam ser extremamente pequenas (2 a 5 nanômetros) para conseguirem penetrar pelos poros cuticulares, por exemplo.
Como já comentamos em outro artigo aqui do blog, vários são os fatores que interferem na absorção foliar. Entre eles, há fatores internos (que dizem respeito às condições da própria planta) e fatores externos (que dizem respeito às condições do ambiente e do produto aplicado). E é exatamente sobre um destes fatores externos que falaremos aqui: a solubilidade da fonte do fertilizante.
Tão importante quanto o nutriente e sua concentração no produto, é conhecer a fonte pela qual esse elemento chegará à planta. Afinal, para que a adequada nutrição foliar ocorra é preciso que o nutriente esteja disponível de forma que as folhas sejam capazes de absorver e metabolizar.
E é aí que chegamos às principais diferenças entre as fontes. Existem fontes que possuem melhor solubilidade e capacidade de absorção pela folha do que outras. Um dos fatores que interferem diretamente na eficiência de absorção de cada fonte é o tamanho da partícula. Quanto maior o tamanho da partícula, menos solúvel é a fonte e menor será a eficiência da absorção via foliar, justamente porque “as portas de entrada na folha” possuem dimensões bem pequenas, como vimos anteriormente.
Quando falamos em fontes de baixa solubilidade no mercado, podemos citar principalmente óxidos e carbonatos. Estas fontes entregam nutrientes lentamente, pois precisam de mais tempo para promover sua solubilização na superfície da folha.
Já as fontes com alta solubilidade possuem partículas menores e oferecem nutrientes de forma prontamente disponível para a absorção foliar, gerando maior eficiência de absorção. De modo geral, podemos citar nesta categoria os sulfatos, cloretos e nitratos, considerados sais; e também os quelatos/complexos (EDTA, aminoácidos e fosfitos). Estas são fontes com maior tecnologia envolvida, com partículas menores e com maior eficiência de absorção quando em contato com a folha.
Quando for comparar diferentes produtos, não se atente apenas ao preço ou à concentração. É extremamente importante analisar a FONTE do produto. Quando falamos em solubilidade de produtos para aplicação foliar, estamos falando também em velocidade de absorção pela folha. Quanto mais solúvel, menor a partícula, maior a eficiência na absorção. De nada adianta termos um produto com alta concentração de nutriente, se ele tiver uma fonte com baixa solubilidade e, portanto, partículas grandes que terão dificuldade em penetrar pela cutícula da folha. Lembre-se: fontes mais solúveis e com maior tecnologia envolvida compensam o investimento, pois mostram o retorno na eficiência da aplicação.
Produzido por: Marluce Corrêa Ribeiro
Agroadvance 2020 – Fertilizantes foliares: explorando as fontes disponíveis. Disponível em: https://agroadvance.com.br/blog-fontes-fertilizantes-foliares/
SARAIVA, J.R. MATHIAS, A. Adubação Foliar na Cultura da Soja. Novembro de 2021. Disponível em: https://blog.agromove.com.br/adubacao-foliar-soja/#:~:text=Fonte%3A%20Fernandez%20et%20al.,a%20difus%C3%A3o%20e%20troca%20i%C3%B4nica