A adubação foliar consiste em uma forma de fornecer nutrientes para as plantas através da aplicação dos fertilizantes diretamente nas folhas. Ela tem o intuito de suplementar de forma rápida e eficiente a adubação de solo, além de impulsionar e potencializar a produtividade. Sendo assim, as plantas realizam absorção de nutrientes também pelas folhas por meio dos estômatos e por meio da própria camada da superfície foliar.
Entretanto, é preciso estar atento a uma série de fatores que podem afetar a absorção de nutrientes pelas folhas. Segundo Prado (2008), essa absorção pode ser afetada tanto por fatores externos que estão ligados ao ambiente, como por fatores internos que estão ligados à planta. Continue a leitura e entenda o comportamento desses fatores e sua influência na absorção foliar.
Entre tantos fatores externos que podem interferir na absorção de nutrientes pelas folhas, Prado (2008) destaca como fatores externos aqueles que estão relacionados ao ambiente. Nessa classificação, podem ser considerados: ângulo de contato; temperatura e a umidade; concentração da solução; pH da solução; e luz.
O ângulo de contato da solução com a folha, corresponde a área de contato da gotícula com a superfície foliar, quanto maior for esse contato, maior será a probabilidade de absorção da mesma.
A temperatura e umidade do ambiente influencia na velocidade da evaporação da solução. Caso as temperaturas estejam muito elevadas e a umidade baixa, consequentemente, a taxa de evaporação será maior, fazendo com que a solução fique menos tempo em contato com a superfície foliar, gerando assim uma menor absorção.
A concentração da solução deve ser calculada levando em consideração as condições do ambiente, como a temperatura e a umidade, tendo em vista a possível ocorrência de evaporação, mas se atentando aos teores, pois concentrações elevadas podem ocasionar danos à folha.
O pH da solução pode alterar o pH da superfície foliar, modificando a permeabilidade da cutícula e aumentando ou reduzindo a velocidade de absorção da solução. Tendo em vista alguns estudos realizados, pode-se dizer que pH de soluções mais ácidos tendem a absorverem mais rapidamente, enquanto que soluções com pH mais alcalinos são absorvidos mais lentamente.
A luz está relacionada com a atividade fotossintética da planta, portanto, no escuro e em dias nublados a fonte de energia será menor, gerando uma menor velocidade de absorção.
Já os fatores internos que afetam a absorção foliar condizem com as condições da planta, e podem ser considerados: estrutura; idade e hidratação das folhas; e estado iônico interno.
No que diz respeito à estrutura da folha, fatores como espessura da cutícula e número de estômatos interferem diretamente na velocidade da absorção.
A hidratação da folha é outro fator importante para a fase passiva da absorção. Um nível mínimo de umidade é necessário para o processo de difusão dos elementos. Por isso, as cutículas desidratadas, em folhas murchas são consideradas praticamente impermeáveis (PRADO, 2008).
A idade da folha também interfere na absorção foliar, justamente por conta da estrutura. Folhas mais jovens possuem cutículas mais finas e com menor quantidade de ceras, além de estarem em alta atividade metabólica. Por isso, em folhas jovens ocorre uma maior absorção de soluções aquosas.
Já o estado iônico interno diz respeito ao estado nutricional da planta. Segundo Prado (2008), “quanto maior a concentração de elementos químicos nas células da folha, maior será a dificuldade na absorção de novos elementos”.
Estar atento a esses inúmeros fatores é extremamente importante para a tomada de decisão sobre o melhor momento para aplicação dos fertilizantes foliares. Afinal, desejamos que o produto aplicado seja aproveitado da melhor forma possível, gerando resultados a você produtor.
PRADO, R.M. Nutrição de plantas. São Paulo. Editora UNESP, 2008.