Estresse vegetal e nutrição de plantas: qual a relação?

Você sabia que as plantas também passam por estresse? No artigo de hoje vamos explicar como isso acontece e de que forma a nutrição pode contribuir para mitigar os danos causados pelo estresse vegetal.

A agricultura é uma indústria a céu aberto e está sujeita aos diversos fatores (bióticos e abióticos) que podem impactar diretamente a produção. E todos esses fatores ambientais que limitam a produtividade da cultura são a definição agronômica de “estresse vegetal”.

E vale ressaltar que esses estresses podem ser abióticos, como aqueles ligados a disponibilidade de água, luminosidade e nutrientes; e também podem ser bióticos, como aqueles ligados com competição com plantas daninhas, ataque de insetos, fungos, bactérias e nematoides.

O impacto desses diferentes tipos de estresses na agricultura depende basicamente de três fatores:

1 – Intensidade do estresse

2 – Duração do estresse

3 – Capacidade do genótipo de lidar com determinado tipo de estresse

A resposta da planta ao estresse vai depender destes fatores e ela possui diversas fases desde a identificação do estresse até a regeneração.  Geralmente, estresses de alta intensidade e alta duração tendem a gerar maiores danos às plantas. Imagine, por exemplo, um estresse hídrico bem intenso e com longa duração. Nesse caso, a planta entra rapidamente em um estádio de exaustão por conta da sobrecarga à capacidade de adaptação. E, dependendo da duração desse estresse, podem haver danos agudos, carga metabólica insuportável nas células e até a morte da planta, em casos extremos.

Portanto, entende-se que a magnitude dos danos causados às plantas pelos diferentes tipos de estresse depende de sua intensidade, duração e também da capacidade do genótipo de lidar com aquele estresse em questão.

Nutrição de plantas e estresse vegetal

Quando pensamos em estresse vegetal lembramos logo da falta de chuva e da fitotoxidez, por exemplo, não é mesmo? E você sabia que a melhor estratégia para mitigar esses estresses é preparar e nutrir as suas plantas antes mesmo desses episódios de estresse acontecerem? Sim! Uma planta bem nutrida, por exemplo, se recuperará muito melhor no caso de um estresse do que uma planta que já enfrenta alguma deficiência nutricional.

Portanto, a nutrição vem também como ação preventiva ao estresse. Antecipar-se ao estresse é manter a nutrição da planta em equilíbrio, fornecendo macro e micronutrientes além dos elementos benéficos, e de todos os outros manejos básicos e imprescindíveis à cultura.

Portanto, cada nutriente atua em determinada função que é importante para a resposta a determinado tipo de estresse. As inúmeras reações metabólicas e respostas que ocorrem na planta dependem do equilíbrio nutricional e da disponibilidade de cada nutriente. Lembre-se: prevenir é melhor do que remediar! E nesse caso de estresse vegetal não seria diferente.

Quer entender melhor sobre esse assunto? Ouça gratuitamente agora mesmo nossos dois episódios do podcast dedicados a esse assunto com o Professor da Esalq-USP, Dr. Flávio Rabêlo clicando aqui.

Fonte: Informações Agronômicas – Nutrição de Plantas Nº 22 – Junho 2024

Papel da Nutrição Vegetal na Mitigação de Estresses Bióticos e Abióticos em Plantas – Flávio Henrique Silveira Rabêlo

Disponível em: https://www.npct.com.br/publication/IASite.nsf/pub/available/IA-2024-22?OpenDocument&toc=2024

Texto: Marluce Corrêa Ribeiro