O reaproveitamento de resíduos e subprodutos na agricultura tem se tornado cada vez mais comum. Dentre as diversas opções de processos para este reaproveitamento, muitos produtores estão optando por trabalhar com compostagem. Mas o que você precisa saber antes de montar uma compostagem? Quais fatores merecem atenção durante o processo? Como fazer uma compostagem?
Bom, é disso que iremos falar neste artigo. Continue sua leitura para acompanhar todas estas informações.
Muitos produtores rurais têm optado pelo uso do COMPOSTO ORGÂNICO, que é uma excelente fonte nutricional para as plantas e que auxilia em muitos processos relacionados ao solo. Mas como podem fazer isso?
Em muitas propriedades há uma quantidade grande de resíduos vegetais e animais que podem ser utilizados para a COMPOSTAGEM. Isso mesmo!!! Conhece o processo ou ficou curioso para saber mais?! Acompanhe o texto a seguir para ficar por dentro deste assunto que pode ser uma alternativa para sua lavoura!
A compostagem é um processo bio-oxidativo controlado da matéria orgânica em que participam variados e inúmeros microrganismos. É um processo natural de decomposição da matéria orgânica de origem animal e vegetal. Esse processo é feito por microrganismos no qual envolve transformações complexas de natureza biológica e química.
Os microrganismos, para realizarem esses processos, consomem o carbono e os demais nutrientes, utilizando-os para sua sobrevivência. É um processo controlado, logo deve ter um acompanhamento técnico constante.
Bactérias, fungos e actinomicetos que se concentram mais no interior da leira. Esses microrganismos são aeróbicos, logo precisam de oxigênio para desempenhar sua função de forma eficiente. Além destes microrganismos, podem aparecer besouros, minhocas, entre outros organismos que se alimentam da matéria orgânica em decomposição e também auxiliam no processo.
Pode-se utilizar o que se tem disponível na propriedade como esterco bovino, esterco de aves, silagem, folhas de árvores e outros resíduos orgânicos. Estes compostos podem ser enriquecidos com pó de rocha, gesso e o que se tiver interesse de colocar para melhorar as condições nutricionais do composto. Quanto mais variados forem os resíduos, mais diversa será a composição química, fornecendo diferentes nutrientes as plantas.
A umidade e a temperatura adequadas são imprescindíveis ao processo.
A umidade adequada é essencial neste processo, pois sem ela o mesmo é paralisado. Da mesma forma, se houver água em excesso, os microrganismos não trabalharão como deveriam. Além disso, caso esses materiais estejam muito úmidos (70 a 75% de umidade) a leira não fica enleirada e a água se desloca nos espaços porosos que seria ocupado pelo ar, tornando a leira compactada. A umidade ótima é em torno de 60%. Portanto, vale lembrar: toda atividade metabólica e de reprodução de microrganismos dependem de água.
A temperatura também afeta diretamente o desenvolvimento do composto. A atividade dos microrganismos libera calor, que provoca o aumento da temperatura do composto. O aumento da temperatura de 1 a 2 graus por dia é normal, desde que a tendência de aumentar se mantenha. A temperatura não pode ultrapassar 70 °C porque os microrganismos podem não sobreviver. Caso a leira esteja muito quente, próximo a temperatura acima citada, pode-se umedecer (dependendo da umidade) e revolver a leira, o que faz com que a temperatura reduza um pouco.
Uma forma prática de saber se a umidade está em um nível bom é pegando um pouco do material e fazendo um formato de “quibe” na palma da mão. Se escorrer água entre os dedos, significa que está muito molhado; se formar o “quibe” e não desmanchar muito fácil, está num nível bom; já se o “quibe” desmanchar com facilidade, significa que está seco.
Porém a melhor forma de saber o nível exato da umidade é utilizando um aparelho medidor de umidade, que tenha uma haste que possa ser introduzido bem no interior da leira.
Outro fator que interfere de forma significativa no processo de compostagem é o tamanho da partícula, que está diretamente ligado à área da superfície de exposição dos materiais. Quanto menor a partícula, maior a área de exposição, o que facilita o ataque microbiano. Por exemplo, cavacos de madeira demoram bem mais para decompor do que esterco de animais. Entretanto, no caso de uso excessivo de esterco de animais (que, no geral, é um material muito fino), a leira pode ficar compactada e pode ocorrer deficiência de aeração. Então, cada material precisa ser pensado para que a união deles gere o resultado esperado. Por isso é preciso estar atento às particularidades de cada material.
A relação entre Carbono e Nitrogênio, a chamada relação C/N, diz muito sobre o tempo de decomposição do composto. Relação C/N de 30:1 (30 partes de C para uma de N) é o ideal para o início do processo, em relação a decomposição do material. Isso quer dizer que para cada parte de nitrogênio, na forma de esterco, devem estar presentes 30 partes de carbono na forma de palhada, para que a compostagem se realize com eficiência.
Materiais com alta relação C/N apresentam menores taxas de decomposição e seus resíduos levam mais tempo para serem decompostos. Materiais com baixa relação C/N apresentam rápida decomposição, o que pode ser desfavorável, pois os nutrientes podem se perder por lixiviação e volatilização.
Além disso muitos outros fatores afetam a compostagem como pH, aeração e outros fatores que precisam ser monitorados e acompanhados caso a caso.
A formação do composto ocorre em fases como degradação ativa (mesofílica, termofílica) e maturação.
Até aqui falamos sobre quais informações e parâmetros você precisa conhecer antes de montar uma compostagem. Agora iremos falar um pouco dos aspectos práticos para a instalação de uma compostagem. Continue sua leitura e fique bem informado sobre este assunto.
Inicialmente, deve-se colocar, em forma de leira, camadas de todos os resíduos que serão utilizados para compor o material inicial.
Após a deposição deste material, será feita a mistura e homogeneização deste material, com o compostador (no caso de haver disponibilidade do uso deste implemento) e, em seguida, é feita a adição de água nessa leira, até atingir a umidade adequada.
Posteriormente, procede-se a inoculação dos microrganismos nesse material para acelerar o processo de decomposição.
Em seguida, sugere-se que seja feito novamente o revolvimento da leira. E o constante acompanhamento de umidade e temperatura.
No início, o material de partida tem umidade adequada, balanceamento de C e N e, então, inicia-se o processo. Os microrganismos mesofílicos iniciam a compostagem, sendo eles principalmente bactérias. Eles vão degradando as moléculas simples e também as mais complexas e isso libera calor, que eleva a temperatura do meio até atingir em torno de 42 °C.
A partir daí, essas comunidades mesofílicas vão diminuindo e vão aumentando os organismos considerados termofílicos, que suportam temperatura maior. Os microrganismos termofílicos têm muita voracidade para consumir os materiais. Logo, o metabolismo é muito acelerado e o consumo de oxigênio é muito alto. Por conta disso, a demanda de oxigênio nesse momento é muito alta. A temperatura da leira não pode ultrapassar os 70 °C. Caso contrário, os microrganismos não sobrevivem.
Os microrganismos degradam açúcar, lipídeos, proteínas, celulose, lignina, etc. Em seguida, a temperatura vai lentamente abaixando e se estabilizando até próxima a temperatura ambiente. Quando a temperatura cai, a fase de degradação ativa do processo de compostagem acaba e inicia, a partir daí, a fase de maturação. A maturação é um processo muito importante onde se inicia a formação do ácido húmico.
Um dos sistemas mais usuais de compostagem é a pilha estática aerada, em que as leiras são montadas em um pátio e podem ser resolvidas com compostadores ou pá carregadeira.
Na elaboração do composto, o tamanho da leira é indeterminado e dependerá do espaço disponível de pátio na sua propriedade. Já a altura e a largura dependem muito da máquina que o produtor tem disponível para revolver o composto. Quanto ao local, deve ser plano, distante dos vizinhos e com facilidade de acesso ao local e à água.
O tempo gasto na decomposição dos materiais depende de vários fatores. Entretanto, quanto maior o controle de temperatura e de umidade e a presença de microrganismos, maior a condição dos processos serem mais rápidos. O composto será estabilizado dentro de 30 a 60 dias e curado de 90 a 120 dias, dependendo do material vegetal.
O resultado final é um composto orgânico para ser aplicado no solo fornecendo uma diversidade de nutrientes para as culturas e influenciando as características do solo. Melhora a estrutura físico-química e biológica do solo, atuando na agregação de partículas, atuando na CTC do solo e estimula a atividade biológica. Os microrganismos melhoram a biota do solo, são promotores de crescimento, melhorando tanto o desenvolvimento radicular, quanto o desenvolvimento da parte aérea.
Se você chegou até aqui, você viu que o papel dos microrganismos é imprescindível para o sucesso do processo de decomposição. E também viu que a inoculação com os microrganismos contribui para a eficiência do processo, não é mesmo?
E esta é a função do H2 COMPOST PLUS. É um produto a base de fungos e bactérias que reduzem o tempo de compostagem. Produto é composto por Azospirillum, Bacillus subtilis, Bacillus pumilus, Bacillus amiloquefaciens, Trichoderma e Bradyrhizobium.
O H2 Compost Plus possui microrganismos que aceleram a mineralização, decompondo moléculas de alta complexidade, transformando os elementos orgânicos em inorgânicos, em formas absorvíveis pelas plantas.
Entre em contato com a nossa equipe e conheça o DECOMPOSTER PLUS.
Fonte de pesquisa:
Princípios da compostagem e sua aplicação em solos agrícola (Beltrame, 2019)
Cartilha para agricultores – Compostagem (Universidade de Caxias do Sul)