Enquanto que o café bebida mole possui um sabor mais adocicado e suave, sendo considerado mais agradável ao paladar e, com isso, classificado como um café de melhor qualidade.
Esse padrão de qualidade da bebida, é resultado de uma série de fatores e processos que influenciam na composição química dos grãos de café, sendo eles: fatores genéticos, ambientais e culturais; métodos de colheita, processamento, armazenamento, torra e moagem. (Mendonça et al., 2005 apud Martinez et al., 2014). Além disso, as adubações e o estado nutricional da planta podem influenciar tanto na produção quanto na composição do grão cru e, consequentemente, na qualidade da bebida (Martinez et al., 2014).
Índice DRIS X Qualidade do café
Uma curiosidade sobre o café e suas classificações é que a adubação correta, visando uma nutrição equilibrada, influencia diretamente no aumento da produtividade, além de estar diretamente ligada na qualidade final da bebida. Quanto mais correta for a adubação, maiores são as chances de a bebida atingir a sua melhor qualidade. Afinal, há diferentes tipos de café e uma grande influência da adubação na qualidade final da bebida.
Para medir os parâmetros nutricionais da planta utiliza-se padrões de referência de teores foliares. Um dos métodos mais utilizados para interpretação dos resultados das análises químicas foliares é o DRIS (sistema integrado de diagnose e recomendação).
O índice DRIS permite definir o grau de desvio dos nutrientes da amostra, qual a sua localização em relação ao estado nutricional, se adequado, em deficiência ou excesso, indicando a amplitude de cada situação (PARTELLI; VIEIRA; COSTA apud GUERRA et al., 2013).
Quanto mais próximo de zero estiver o índice do nutriente, mais próximo do equilíbrio nutricional o nutriente se encontra; índice positivo indica que o nutriente está em excesso e índice negativo, deficiente (BEAUFILS apud FARNEZI, 2010). As normas DRIS são úteis para estudar os desequilíbrios nutricionais e aumentar a produtividade da cultura, quando se realiza a correção do nutriente indicado no diagnóstico (REIS JÚNIOR & MONNERAT apud FARNEZI, 2010). E na cultura do café, o uso de análises nesse sentido contribuem muito para um manejo nutricional adequado e a garantia de um grão com as características necessárias para gerar uma bebida de qualidade
Referências Bibliográficas
FARNEZI, M. M. M.; SILVA, E. B.; GUIMARÃES, P.T.G.; PINTO, N.A.V.D. Levantamento da qualidade da bebida do café e avaliação do estado nutricional dos cafeeiros do Alto Jequitinhonha, Minas Gerais, através do DRIS. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 34, n. 5, p. 1191-1198, Oct. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-70542010000500016&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 13 de maio de 2021. https://doi.org/10.1590/S1413-70542010000500016.
GUERRA, W.E.X.; SILVA, R.A.; CRESTE, J.E.; TIRITAN, C.S.; FEITOSA, L.E.M. Dris no diagnóstico nutricional de café (Coffea arabica L.) para a região norte do Estado do Paraná. XXXIV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo. 28 de julho a 2 de agosto de 2013 – Florianópolis – SC
MARTINEZ, H.E.P.; CLEMENTE, J.M.; LACERDA, J.S.; NEVES, Y.P.; PEDROSA, A.W. Nutrição mineral do cafeeiro e qualidade da bebida. Rev. Ceres, Viçosa, v. 61, Suplemento, p. 838-848, nov/dez, 2014.